Novamente me disponho a desenvolver teorias válidas (ou não) sobre a minha medíocre visão da existência. Hoje, visto que estou em surto não criativo, vou desfiar uma idéia já criada por outros, mas verídica e que (creio eu) todos já passaram por. L'esprit d'escalier. O espírito da Escada.
Claro que muita gente, mediante uma discussão, já deixou de falar muita coisa que desejava, e só se deu conta depois do término da discussão. Essa sinopse é o Espírito da Escada: quando se sobe (ou desce) uma escada e se dá conta do que não foi falado.
Agora, hei de questionar o lado obtuso da escada... já aconteceu (e acontece diversas vezes) de se propor a falar alguma coisa a alguém, ou ainda se impera que algo seja dito, e esse não o é. Coisas importantes de serem ditas, e não o são. Normalmente, estas têm um cunho mais íntimo, e simplesmente somem da situação; muitas vezes existe a deixa para ser falado, e acaba por se esvair.
Tá, ja fui criticada; ja me disseram que isso nunca aconteceu, ou que deixaram de falar por opção. Mas falo dessa situação em específico. Acontece, aconteceu ou (talvez) acontecerá. O bloquei acontece, mesmo sem ser numa discussão ou argumentação qualquer; mesmo sem pressão. É a esse bloqueio que chamo também de Espírito da Escada.
As vezes é uma coisa considerada fútil ou besta, outras vezes pode ser uma demonstração que se pensa ter tomado coragem de dar, mas tal coisa não sai.
Não me canso de pensar sobre isso. Acho que esse bloqueio remete-se metaforicamente a algo que não estamos aptos a lidar em nós mesmos. Ou ainda refere-se a coisas que não queremos admitir. Dependendo da pessoa e da situação, palavras podem representar transformar uma bobagem mental em realidade, ou coisas que ainda mexem em princípios e moralidade.
Não sei... realmente não sei... talvez esses falsetes acabem por ser algum tipo de instrução sobre nós mesmos, mas que tipo de saber se tira de algo que não se sabe o que é?